segunda-feira, 6 de julho de 2009

Perfume de Rosas

Certo dia cheia de reuniões e de doutores e mais doutores, de saltos altos, caminhava pela Av. de Roma, passo apressado para me socorrer do próximo autocarro que me levaria de volta a casa deparei com uma vendedeira de flores que a todo o custo me tentava vender o ultimo ramo de rosas que restava do dia, murchas, amarelas e vermelhas, disse lhe não e não e não, ate que à ideia me veio algo de diferente, acabei por aceder ate porque o preço desceu ao limite do esperado.
Chegada a casa, desci dos sapatos que me embalam a coluna rumo a hospitais próximos e pus em prática a ideia que tinha tido, desfolhei uma a uma cada simples pétala das rosas e espalhei ao acaso por toda a cama, socorri-me dos cotos de velas que sempre guardo para a eventualidade da falta de luz e coloquei espalhado pelo quarto em pires de café.
Fui para a janela e não me preocupei com o jantar.
Esperava a chegada apressada do carro do Américo (meu marido), tinha apenas uma camisa dele vestida, vermelha, cor da paixão.
Quando o carro se imobilizou corri a desligar o quadro eléctrico simulando uma falta de energia.
Américo entrou porta dentro rumo à claridade cintilante do quarto perguntando o que se passava, não respondi estava prostrada em cima da cama com o perfume das rosas. Entrou e disse: amo te miúda…
Duas horas depois acabamos por adormecer e o nosso jantar foi o pequeno-almoço na manha seguinte.

Assinado: Joana

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